A variabilidade de comportamentos dos gestores no processo decisório decorre de fatores ligados às características dos indivíduos, ao contexto imediato onde a situação ocorre e às informações do ambiente processadas pelo gestor (HUNTER, 2002; KAHNEMAN; TVERSKY, 1979; ROSZKOWSKI; DAVEY, 2010). O modelo proposto por Nobre et al (2018) de comportamento diante do risco contempla a tomada de decisão de risco nas organizações a partir de determinantes oriundos do indivíduo e das organizações. A necessidade de risco e a capacidade de risco são atributos organizacionais: as necessidades da organização são direcionadas pelas partes interessadas, os proprietários da organização; e a capacidade de risco refere-se à capacidade de uma organização para resistir ao estresse financeiro. Preferência de risco, percepção de risco e tolerância ao risco representam elementos de nível do gestor, que efetivamente toma as decisões. Deste modo, esta pesquisa tem por objetivo geral analisar os efeitos do risco e suas dimensões sobre as decisões financeiras em organizações de pequeno e médio porte na cidade de Mossoró/RN. Assim, caracteriza-se como um survey, com abordagem quantitativa. Para tanto, os dados foram coletados a partir da realização de questionários com os gestores responsáveis pela tomada de decisão das empresas de pequeno e médio porte de Mossoró-RN. Foram aplicados 116 questionários, sendo que somente 111 foram válidos. Realizou-se a análise fatorial e o alfa de Cronbach para testar a dimensionalidade dos construtos e estimar a confiabilidade. Os fatores extraídos foram: Tolerância ao Risco (? = 0,809), Percepção de risco (? = 0,733), Capacidade de Risco (? = 0,844), Necessidade de Risco (? = 0,789), Preferência ao Risco (0,634). A fim de analisar o efeito das dimensões das variáveis preditoras na percepção e disposição de tomar a decisão, estimaram-se as regressões: tomando-se a percepção de risco como variável dependente e, a seguir, tomando-se a tolerância ao risco como variável dependente. Foram observados os pressupostos quanto à linearidade, multicolineariedade e homocedasticidade. Isoladamente, as variáveis capacidade de risco (r2=0,09; ?=0,302; valor de p = 0,01), necessidade de risco (R2=0,22; ?=0,473; valor de p < 0,00), e preferência pelo risco (R2=0,16; ?=0,400; valor de p < 0,00) são preditoras da percepção do risco organizacional. Ao realizar-se a regressão múltipla, a capacidade de risco não obteve a significância estatística para compor o modelo e os coeficientes padronizados da necessidade de risco (0,365) e da preferência ao risco (0,179) sugerem que os a necessidade da empresa em atingir os objetivos tem um poder maior que a preferência pelo risco do gestor na percepção dos riscos dentro do processo decisório. No que se refere à Tolerância ao Risco nas decisões organizacionais, apenas a percepção do risco foi preditora (?= - 0,251; valor de p < 0,01), indicando que quanto maior o risco percebido numa situação, menor a disposição do gestor tomar aquela decisão, o que corrobora pesquisas anteriores. Por fim, uma vez que as demais variáveis ajudam a compreender a variação da percepção ao risco, sugere-se que elas exercem um efeito indireto sobre a disposição do gestor em tomar a decisão.
Comissão Organizadora
Thaiseany de Freitas Rêgo
RUI SALES JUNIOR
Comissão Científica
RICARDO HENRIQUE DE LIMA LEITE
LUCIANA ANGELICA DA SILVA NUNES
FRANCISCO MARLON CARNEIRO FEIJO
Osvaldo Nogueira de Sousa Neto
Patrício de Alencar Silva
Reginaldo Gomes Nobre
Tania Luna Laura
Tamms Maria da Conceição Morais Campos
Trícia Caroline da Silva Santana Ramalho
Kátia Peres Gramacho
Daniela Faria Florencio
Rafael Oliveira Batista
walter martins rodrigues
Aline Lidiane Batista de Amorim
Lidianne Leal Rocha
Thaiseany de Freitas Rêgo
Ana Maria Bezerra Lucas